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5/20/2008

A escolha do parceiro amoroso

Ao estudarem os mecanismos do cérebro, pesquisadores compararam a euforia provocada pelo fascínio por alguém àquela experimentada pelos viciados em drogas. Nos dois casos, a mesma região do cérebro é inundada pelo neurotransmissor dopamina, associado à sensação de prazer e de recompensa.

Assim como o drogado, o ser apaixonado é capaz de contrariar o bom senso em busca de seu objeto do desejo. Ambos têm pensamentos obsessivos e sofrem síndromes de abstinência. Subitamente nos apaixonamos por alguém, e tem início uma série de reações que muitas vezes contrariam nossa condição de animais racionais. O que os cientistas querem saber é por que nos apaixonamos por determinadas pessoas e não por outras?

O desafio é descobrir o que existe por trás da paixão. Do ponto de vista da biologia evolutiva, a paixão e o amor não fazem muito sentido. Nossos genes são programados para selecionar parceiros com fins reprodutivos. Segundo a teoria da evolução, os parceiros ideais são aqueles capazes de contribuir para a geração da prole mais forte e mais saudável. Do ponto de vista científico, é duro entender o que o romance tem a ver com isso. Mas, de alguma maneira, a mãe natureza dotou os seres humanos da capacidade de se apaixonar como forma de escolher o parceiro.

Pergunte-se a qualquer colegial que critérios ele usou para escolher a namorada e a beleza virá em primeiro lugar. É natural que seja assim. No mundo infinitesimal de nossos genes, que determinam em grande parte o modo como nos comportamos, a beleza se traduz em saúde. Ela é a manifestação exterior da capacidade de um homem ou de uma mulher cumprirem sua função de perpetuar a espécie. Mulheres preferem homens altos e fortes, capazes de conseguir alimento para a prole e manter os leões longe da caverna. Homens escolhem mulheres de quadris largos e seios bem torneados, o que lhes garantirá herdeiros possantes como eles. Mas a beleza, por si só, está longe de explicar como elegemos nossos parceiros, seja para nos acompanhar por toda a vida, seja para um namoro, seja para uma noite de sexo.

Uma série de pesquisas recentes indica que a atração romântica e sexual é despertada não apenas pela beleza, mas também por mecanismos mais complexos. São processos que envolvem os cinco sentidos, o sistema hormonal e, principalmente, a predisposição genética peculiar de cada ser humano. É evidente que elementos como o charme pessoal e a inteligência contam muito na escolha de um parceiro. Quanto mais se estudam os genes, mais se atribuem a eles um papel decisivo na escolha de nossos parceiros amorosos. Prosaico como possa parecer, o cheiro – não o dos perfumes, mas aquele que o corpo exala naturalmente – também serve como um filtro na escolha do parceiro ideal.

Fonte: Revista Veja

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